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Cinema com ela
Cinema com ela

“Bailarina” com Ana de Armas dança com liberdade no universo de John Wick

Spin-off da franquia estreia nesta quinta-feira (5), com uma protagonista poderosa que reinventa a ação e a vingança

Tamires Rodrigues

05/06/2025 5h00

Atualizada 04/06/2025 23h58

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Foto: Divulgação/Paris Filmes

O universo de John Wick é vasto — ruas iluminadas por neon, violência meticulosamente coreografada e assassinos que vivem à sombra de regras implacáveis. Mas Bailarina, primeiro spin-off da franquia, que estreia nesta quinta-feira (5), nos convida a respirar novos ares. Sob direção de Len Wiseman, o longa injeta fôlego à saga ao expandir sua mitologia e apresentar uma protagonista que mistura graciosidade e brutalidade com impacto.

Na trama, Eve (Ana de Armas) vê sua vida virar do avesso após o assassinato do pai. Ela encontra abrigo na Ruska Roma — uma organização que treina jovens tanto para dançar quanto para matar. A premissa é simples, mas sua força está na execução: a busca por vingança ganha outra dimensão na figura de Eve, cujo corpo se move entre a delicadeza do balé e a violência letal, numa dança marcada por dor e fúria.

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Foto: Divulgação/Paris Filmes

Ana de Armas entrega uma performance crua e visceral, algo não visto desde os primeiros filmes da franquia, quando John Wick se impunha pelo silêncio e pelo olhar vazio. Ao contrário dele, Eve revela emoção. Ela sente, sangra e se enfurece — e é exatamente por isso que nos conectamos com ela. Sua tempestade não é silenciosa: é carne, suor e urgência. O filme acerta ao humanizar a protagonista, elevando o peso emocional da jornada.

Wiseman, conhecido por sua experiência com ação estilizada (Anjos da Noite), mantém a estrutura simples e eficiente, sem abrir mão das sequências explosivas. Os combates evitam repetições e surpreendem com criatividade, como na sequência em Praga, onde granadas de mão se tornam elementos coreográficos. Cada cena mostra domínio do gênero com espaço para inovação.

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Foto: Divulgação/Paris Filmes

Esteticamente, Bailarina se afasta da obsessão pela hierarquia de A Mesa Principal — que saturou o quarto capítulo — para focar no essencial: a protagonista. O universo do Hotel Continental e da Ruska Roma está presente, mas em segundo plano, o que dá ao filme mais leveza e liberdade para contar sua própria história. O excesso de regras e convenções dá lugar a uma narrativa direta, envolvente e emocionalmente potente.

O que diferencia Bailarina de outros derivados de franquias de ação é seu frescor. O filme preserva a intensidade característica da saga John Wick, mas sem recorrer à repetição. Cada cena contribui para o universo, sem parecer um reaproveitamento de ideias. O resultado é uma experiência que respeita a origem, mas ousa ser algo novo.

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Foto: Divulgação/Paris Filmes

A entrada de Bailarina no universo de John Wick não só cumpre as expectativas como as supera. Abre caminhos para novos personagens e histórias, sinalizando que o que parecia fechado ainda tem muito a oferecer. Em um cenário onde blockbusters de ação vivem da reciclagem de fórmulas, Bailarina oferece uma reinvenção eficaz e inesperada.

Conclusão

Com enredo ágil, estética marcante e uma protagonista que exala potência e vulnerabilidade, Bailarina é mais que um spin-off. É uma nova era para a franquia — mais estilosa, mais ousada, e ainda cheia de surpresas.

Confira o trailer:

Ficha Técnica
Direção: Len Wiseman;
Roteiro: Shay Hatten, Derek Kolstad;
Elenco: Ana de Armas, Keanu Reeves, Ian McShane, Anjelica Huston, Gabriel Byrne;
Gênero: Ação;
Duração: 125  minutos;
Distribuição: Paris Filmes;
Classificação indicativa: 18 anos;
Assistiu à cabine de imprensa a convite da Espaço Z

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