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Opinião

Sob camadas de ideias

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13/12/2024 5h00

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Somos bombardeados por informações a todo o instante por diversas formas, em especial pelas plataformas digitais. Essas informações não são substâncias despretensiosas, muito pelo contrário. Trazem ideias, visões de mundo, orientações ou insinuações de como devemos nos comportar e até mesmo sentir e pensar. 

Muitos de nós, talvez a maioria ou todos, somos mais ou menos bem quistos pela sociedade não pelo que somos, mas pelas ideias que carregamos. Há quem mate ou morra por incorporar e propagar determinadas ideias, sejam religiosas, políticas etc. 

A Informação nos forma e conforma no contexto em que vivemos; é elemento cultural muito eficiente, com consequências até mesmo biológicas. 

As cores das marcas das empresas; os designs dos carros; a arquitetura nas cidades; os princípios religiosos; o que é moda; os aromas e temperaturas nos ambientes; os estilos musicais; os termos usados para se referirem a determinadas situações, como “invasão” ou “ocupação”, “agrotóxico” ou “pesticida”… cada informação traz um viés que pressupõe uma escolha, uma representação de um universo cognitivo e afetivo.  

Nossos corpos e nossas mentes são templos de armazenamentos das ideias, que vagam pelo espaço-tempo, disputando adesões, configurando e potencializando projetos. A vida não é neutra e está carregada de meios de condução a certas interpretações sobre tudo: nós, os outros, as coisas, os fenômenos, as relações, a natureza, o transcendental, os desafios.  

Talvez, a linguagem que praticamos, tida como expressão da nossa inteligência, também seja, em certa medida, fator que nos limita. E esses limites podem ser as camadas de ideologias, tão arraigadas, que sequer conseguimos as observar e diferenciar do que somos, de fato. 

Ferramenta sutil (também) de controle e condução, informação é poder floreada de ideias. A velocidade dessas ideias é mais uma camada que dificulta a nossa reflexão. 

Bruno Lara, jornalista

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