Por Renata Bueno*
Ana Cristina Duarte, brasileira, nascida em Nova Iguaçu – RJ, de 38 anos, foi brutalmente assassinada a facadas por seu marido, o italiano Ezio Di Levrano, de 53 anos, na frente dos três filhos do casal, de 6, 12 e 14 anos. O crime ocorreu no dia 07 de setembro de 2024, na cidade de Colli al Metauro, comuna italiana da região de Marche, província de Pesaro. Ana Cristina e Ezio estavam casados há 14 anos.
Como Presidente do Instituto Cidadania Italiana, que sempre esteve na vanguarda na defesa dos direitos das mulheres, juntamente com a advogada sca Conte, assumi a defesa jurídica da família de Ana Cristina Duarte.
Além disso, o Instituto terá participação civil juntamente com a Associação das Mulheres Marroquinas da Itália (ACMID Donna), presidida por Souad Sbai, empenhada há muitos anos em oferecer assistência jurídica e social às mulheres vítimas de violência.
As investigações mostram que Ezio, golpeou Ana Cristina com uma faca na frente de seus três filhos menores. Um deles tentou resgatá-la, depois chamou os vizinhos e pediu ajuda à polícia, a quem contaram os fatos. O marido foi preso imediatamente, enquanto Ana morreu a caminho do hospital.
Já foi realizada uma autópsia que revelou uma enorme violência, pois Ana tentou defender-se e infelizmente morreu devido a cinco facadas no abdômen. O corpo ainda aguarda autorização do município para proceder ao funeral. É importante destacar que tanto as famílias brasileiras quanto as locais são humildes e não possuem os recursos necessários para istrar os custos do funeral. Além disso, a família brasileira está no Brasil e, portanto, também aguarda uma série de autorizações. Entretanto, decorridos estes dias, as crianças foram colocadas numa estrutura protegida pelo Estado.
O caso de Ana Cristina Duarte é mais uma trágica evidência do crescente número de feminicídios que afeta mulheres em todo o mundo. Esses crimes, que resultam da violência de gênero, têm raízes profundas em relações de poder, controle e desequilíbrios emocionais que muitas vezes não são reconhecidos ou tratados a tempo. O feminicídio não é apenas uma questão de violência doméstica, mas um reflexo da sociedade e de suas falhas em proteger as mulheres e as famílias de situações de risco.
É crucial, portanto, que a luta contra o feminicídio inclua, além de ações de proteção às mulheres, um olhar atento à saúde mental dos homens e às dinâmicas familiares. A incapacidade de lidar com frustrações, problemas emocionais ou pressões sociais pode levar a explosões de violência que têm consequências devastadoras. Prevenir tragédias como esta a por investir em educação emocional, apoio psicológico ível e políticas públicas que promovam o bem-estar familiar.
Precisamos, como sociedade, promover um ambiente onde tanto homens quanto mulheres possam buscar ajuda sem estigma, onde sinais de desequilíbrio emocional sejam levados a sério e onde o respeito mútuo seja a base de todas as relações. Somente assim poderemos evitar que mais vidas sejam destruídas e que famílias inteiras sofram as consequências da violência.
