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Protestos de apoiadores de Evo Morales escalam e já há 3 mortos, segundo governo

Em uma publicação nesta quinta-feira (12) no X, Arce nomeou os três policiais mortos na cidade e lamentou o episódio

Redação Jornal de Brasília

12/06/2025 13h18

Evo Morales

Evo Morales

DOUGLAS GAVRAS
BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS)

Os confrontos na Bolívia entre partidários do ex-presidente Evo Morales e a polícia escalaram na última quarta-feira (11), terminando com a morte de três agentes de segurança no município de Llallagua, departamento de Potosí (sudoeste do país), de acordo com o governo do presidente Luis Arce.

Em uma publicação nesta quinta-feira (12) no X, Arce nomeou os três policiais mortos na cidade e lamentou o episódio.

“No último dia, três policiais, o segundo-tenente Carlos Enrique Apata Tola, o segundo-tenente Brayan Jorge Barrozo Rodríguez e o segundo-sargento Jesús Alberto Mamani Morales, foram mortos por combatentes do bloqueio de Evo, portando armas de fogo e dinamite, na cidade de Llallagua.”

“Expressamos nossas mais profundas condolências às famílias dos policiais mortos em serviço, desobstruindo caminhos para restaurar a livre circulação do povo boliviano. Estamos com eles neste momento de profunda dor.”

O conflito também deixou 17 feridos, ainda de acordo com o governo.

Arce condenou a violência e o uso ilegal de armas letais pelos manifestantes e disse que o governo iniciou uma investigação do caso. Também afirmou que o governo manterá as eleições marcadas para 17 de agosto, apesar da onda de protestos de partidários de Morales em diversos pontos do país, exigindo que a Justiça libere a candidatura do ex-presidente para mais um mandato.

Evo Morales queria concorrer ao comando do país andino novamente, mas o Tribunal Constitucional barrou uma segunda reeleição, seja contínua ou não consecutiva. Na sexta-feira (6), o Tribunal Supremo Eleitoral divulgou a lista de candidatos habilitados, entre os quais o ex-presidente não está incluído.

Os conflitos ocorreram em meio a bloqueios de estradas que paralisaram o tráfego e causaram escassez de alimentos na Bolívia. O presidente ordenou que as forças de segurança desobstruíssem as vias, alertando sobre o impacto econômico das manifestações.

A situação se agravou após dez dias de bloqueios, especialmente em uma estrada entre a capital, La Paz, e Cochabamba (no centro do país), reduto de Morales. Os bloqueios resultaram em desabastecimento de alimentos e combustíveis e vandalismo.

Nas proximidades de Cochabamba, confrontos se intensificaram, com a polícia usando gás lacrimogêneo contra manifestantes, deixando vários feridos. Morales, por sua vez, acusou o governo de criminalizar a protesto e previu uma revolta maior em resposta à repressão.

“Em vez de criminalizar protestos sociais, prender líderes indígenas ou iniciar novos julgamentos, estas são as questões que o governo Arce deveria abordar: falta de gasolina; falta de diesel; falta de divisas; aumento dos preços de bens de primeira necessidade; aumento da pobreza e da extrema pobreza; corrupção flagrante da família presidencial; ligações comprovadas entre o governo e o narcotráfico; destruição do modelo econômico plural”, rebateu o ex-presidente no X.

Conforme os protestos iam ganhando corpo, o Conselho da Magistratura, uma das instituições do Judiciário boliviano, publicou um comunicado no qual expressou “sua profunda preocupação com a segurança dos servidores e da população em geral” nas localidades onde estão ocorrendo manifestações.

O ministro do Interior, Roberto Ríos, tem emitido comunicados em que afirma que a polícia continuará em operações para garantir o tráfego no país e manter a ordem pública.

“O que estamos vivendo não é uma demanda social legítima, é uma estratégia violenta para forçar uma candidatura inconstitucional. Morales quer impor sua candidatura e interesses pessoais, mesmo à custa de vidas humanas e acima do povo boliviano”, disse Ríos a jornalistas bolivianos.

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