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Brasil

Torre de Guarulhos mandou pilotos arremeterem após invasão de drones

A primeira aeronave não tripulada foi reportada por um piloto da Gol que havia acabado de pousar, às 21h27. “Tem um cara com um drone ali na final, logo à direita”, afirma o piloto

Redação Jornal de Brasília

12/06/2025 17h06

drone guarulhos

Foto: Reprodução

FÁBIO PESCARINI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Comandantes de aviões em processo de aproximação ao aeroporto de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, foram orientados a arremeter, depois que drones foram reportados próximos a uma das cabeceiras na noite de quarta-feira (11). O local teve de ser fechado para pousos e decolagens por cerca de duas horas.

A primeira aeronave não tripulada foi reportada por um piloto da Gol que havia acabado de pousar, às 21h27. “Tem um cara com um drone ali na final, logo à direita”, afirma o piloto.

Na sequência, o controlador de voo pergunta se ele havia avistado o drone. “Eu avistei. Ele ou à direita da nossa asa. Ele está perto da nossa final, eu achei que iria arremeter. Ele provavelmente está filmando a aproximação final”, afirma, segundo áudio captado pelo canal SBGR, que transmite pousos e decolagens no aeroporto no Youtube.

Imediatamente, o controlador orienta o piloto de um voo da Latam que inicie arremetida, pois havia sido reportado um drone “bem aqui na curta final”. O piloto disse estar ciente e que estava no início da arremetida.

Por causa da presença de drones -ao helicóptero Águia 12, da Polícia Militar, a torre afirmou que eram ao menos três deles-, o aeroporto teve que fechar. Primeiro para pousos e depois para decolagens também. O local só voltou a funcionar plenamente por volta das 23h18, quando a PM havia feito uma varredura. Nenhuma aeronave não tripulada foi encontrada.

A conversa entre a torre e os aviões, publicada pelo canal Aviação Guarulhos JPD, registrou outras ordens para arremetidas e pilotos que aguardavam orientações no ar sobre a liberação do aeroporto.

“Infelizmente não vai poder continuar a aproximação, arremeta, pois foi reportado um drone próximo da curta final aqui”, afirma o controlador a um avião da Latam que se preparava para pousar.
Um outro piloto da Latam chama a torre para questionar o motivo das arremetidas, quando foi informado do primeiro drone.

Na sequência, um piloto de helicóptero pergunta se a torre precisa de ajuda “para dar um racha em cima dele”.. O controlador agradece e diz que o drone já estava no visual. “Se precisar, a gente derruba ele”, completa o piloto, que seguiu para o aeroporto Campo de Marte, na zona norte de São Paulo.

“Cuidado para ele não te derrubar”, brinca o controlador. “Helicóptero ele não consegue, amos de boa em cima dele”, responde o piloto.

Somente as empresas brasileiras Azul, Gol e Latam tiveram ao menos 35 voos cancelados ou alternados para outros aeroportos.

Há o caso de um avião da Azul que desceria em Guarulhos e acabou pousando em Ribeirão Preto, no interior do estado.

Conforme a Gol, boa parte das aeronaves seguiu novamente para Guarulhos após reabastecimento e normalização das operações no aeroporto.

“A companhia repudia e lamenta a situação, totalmente alheia ao seu controle, e reforça que a segurança de seus ageiros e funcionários é prioridade em todas as suas operações”, afirma a Latam, em nota.

Criminosos que integram quadrilha de tráfico internacional de drogas podem ter relação com os drones que causaram o fechamento de Cumbica.

Segundo a Polícia Militar, três pessoas invadiram a área restrita do aeroporto na noite desta quarta com cerca de 150 kg de pasta base de cocaína, em três pacotes. A segurança identificou a presença dos suspeitos e tentou abordá-los, mas eles conseguiram fugir para uma área de mata.

A droga , de acordo com a PM, seria embarcada em um voo com destino a Johanesburgo, na África do Sul.

O caso está sendo investigado pela Polícia Federal, inclusive se há relação da invasão do espaço aéreo e as drogas.

PROIBIÇÃO

Uma regulamentação proíbe drones e outras aeronaves não tripuladas de voarem no espaço aéreo próximo de aeródromos -para isso é preciso de uma autorização especial da FAB (Força Aérea Brasileira).

De acordo com instrução do Comando da Aeronáutica, para voos de até 131 pés (aproximadamente 40 metros), a operação de drones deve ocorrer a ao menos três milhas náuticas de distância do aeródromo (cerca de 5,4 km).

Voos entre 131 e 400 pés (40 a 120 metros) não podem ocorrer a menos de 5 milhas náuticas de distância (cerca de 9 km).

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