Recentemente participei de uma entrevista para a TV Brasil sobre relacionamentos abusivos. Embora esse tema entre e saia das pautas midiáticas, ele merece nossa atenção constante. Mesmo se tratando de um assunto delicado, é crucial abordá-lo, especialmente porque muitos de nossos leitores podem estar vivendo essa realidade ou conhecem alguém que está.
Assim, a coluna desta semana tem como objetivo informar, sensibilizar e fornecer recursos para identificar e lidar com um relacionamento abusivo.

Mas afinal, o que é um relacionamento abusivo?
Um relacionamento abusivo ocorre quando uma pessoa exerce poder e controle sobre a outra de maneira prejudicial. O abuso pode manifestar-se de diversas formas: físico, emocional, psicológico, financeiro e sexual. Veja abaixo algumas descrições:
• Abuso físico: agressões como empurrões, socos, tapas ou qualquer forma de violência física;
• Abuso emocional e psicológico: manipulação, ameaças, insultos e comportamentos que destroem a autoestima da vítima;
• Abuso financeiro: controle do dinheiro da vítima, impedindo-a de trabalhar ou ar seus próprios recursos financeiros;
• Abuso sexual: qualquer atividade sexual forçada ou indesejada.
Reconhecer os sinais de um relacionamento abusivo pode ser difícil, especialmente porque muitas vítimas estão emocionalmente envolvidas com seus agressores.
Assim, aqui estão alguns sinais de alerta:
• Comportamentos controladores: o parceiro isola a vítima de amigos e familiares, demonstra ciúmes extremos ou controla aspectos financeiros da vida da vítima;
• Comportamentos manipulativos: culpar a vítima por problemas no relacionamento, minimizar seus sentimentos e praticar gaslighting –– uma forma de abuso psicológico em que o abusador distorce a realidade para fazer a vítima duvidar de sua própria sanidade;
• Sinais físicos e emocionais: a vítima pode sentir medo constante, ter baixa autoestima, apresentar marcas físicas de agressões e alterações de humor significativas.
Os efeitos de um relacionamento abusivo são profundos e duradouros, afetando a saúde física, mental e social da vítima.

Sabemos, atualmente, que vítimas de abuso frequentemente sofrem de depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). O abuso psicológico contínuo pode levar a uma sensação persistente de desamparo e baixa autoestima, criando uma situação ideal para que o abusador continue exercendo seu poder sobre a vítima.
Some-se ao impacto do abuso sobre as vitimas, as reações físicas, como, por exemplo, o estresse crônico, que pode levar a problemas de saúde como hipertensão, problemas digestivos e doenças crônicas, além das lesões físicas evidentes.
E com se não bastasse, o abusador ainda procura isolar sua vitima, assim, o isolamento social imposto pode afastar a vítima de amigos e familiares, abrindo possibilidade para o gran finale: o controle financeiro, que, por sua vez, que pode deixar a vítima economicamente dependente do agressor.
Mas o que fazer em uma situação dessas? A quem recorrer? Como pedir ajuda?

Se você ou alguém que você conhece está em um relacionamento abusivo, é crucial buscar ajuda. Aqui estão algumas dicas e recursos disponíveis:
• os a serem tomados: fale com amigos e familiares de confiança sobre sua situação. Eles podem oferecer apoio emocional e ajudar a desenvolver um plano de segurança;
• Recursos disponíveis: existem diversas organizações e linhas de apoio dedicadas a ajudar vítimas de abuso. Linhas de apoio telefônico, abrigos para vítimas de violência doméstica e assistência jurídica são alguns dos recursos disponíveis;
• Plano de segurança: desenvolver um plano de fuga pode ser essencial. Isso inclui ter documentos importantes, dinheiro e um local seguro para ir, especialmente em caso de emergência.
Se você está em um relacionamento abusivo, saiba que não está sozinha(o) e que há esperança.
Procurar ajuda é um ato de coragem e de amor próprio. Lembre-se de que merecemos respeito, amor e segurança em nossos relacionamentos. Busque apoio, cuide de si mesmo(a) e saiba que a recuperação é possível.
Quem ama cuida.
Até a próxima…